segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pontinho Preto

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Conta-se que um professor preparou uma aula estendendo um grande lençol branco numa das paredes da sala. À medida que os alunos iam entrando, tinham a sua curiosidade despertada por aquele objecto estranho estendido bem à sua frente.
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O professor iniciou a aula perguntando a todos o que viam. O primeiro que se manifestou disse que via um pontinho negro, no que foi seguido pelos demais. Todos conseguiram ver o pontinho negro que fora colocado, de propósito, no centro do lençol branco. Depois de perguntar a todos se o ponto negro era a única coisa que viam, e ao ouvir a resposta afirmativa, o professor lançou outra questão: - Vocês não vêm o resto do lençol? Vocês conseguem somente ver o pequeno ponto preto, e não percebem a parte branca, que é muito mais extensa? Naquele momento os alunos entenderam o propósito da aula: ensinar a ampliar e educar a visão para perceber melhor o conjunto e não ficar atento somente aos pormenores ou às coisas negativas. Essa é, na maior parte das vezes, a nossa forma de ver as pessoas e situações que nos rodeiam. Costumamos dar um peso exagerado às coisas ruins, e pouca importância ao que se realiza de bom. Todos nós, sem excepção, temos defeitos. Todos nós temos pontinhos pretos e não gostaríamos que quando olhassem para nós vissem apenas os aspectos negativos.
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Quem Amamos?

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Esta história é sobre um soldado que finalmente estava voltando para casa, após a terrível guerra do Vietname. Ele ligou para seus pais, em São Francisco, e lhes disse: – Mãe, Pai, eu estou voltando para casa, mas, eu tenho um favor a lhes pedir. – Claro meu filho, peça o que quiser! – Eu tenho um amigo que eu gostaria de trazer comigo. – Claro meu filho, nos adoraríamos conhecê-lo! – Entretanto, há algo que vocês precisam saber. Ele foi ferido na última batalha que participamos. Pisou uma mina e perdeu um braço e uma perna. O pior é que ele não tem nenhum lugar para onde ir. Por isso, eu quero que ele venha morar connosco. – Eu sinto muito em ouvir isso filho, nós talvez possamos ajudá-lo a encontrar um lugar onde ele possa morar e viver tranquilamente! – Não, eu quero que ele venha morar convosco! – Filho, disse o pai, você não sabe o que está nos pedindo. Alguém com tanta dificuldade, seria um grande fardo para nós. Temos nossas próprias vidas e não podemos deixar que uma coisa como esta interfira em nosso modo de viver. Acho que você deveria voltar para casa e esquecer este rapaz. Ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo... Neste momento, o filho desligou o telefone. Os pais não ouviram mais nenhuma palavra dele. Alguns dias depois, no entanto, eles receberam um telefonema da polícia de São Francisco. O filho deles havia morrido depois de ter caído de um prédio. A polícia acreditava em suicídio. Os pais angustiados voaram para São Francisco e foram levados para identificar o corpo do filho. Eles o reconheceram, mas, para o seu horror, descobriram algo que desconheciam: o filho deles tinha apenas um braço e uma perna.
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Achamos fácil amar aqueles que são bonitos ou divertidos, mas, não gostamos das pessoas que nos incomodam ou nos fazem sentir desconfortáveis. De preferência, ficamos longe destas e de outras que não são saudáveis, bonitas ou “espertas” como nós acreditamos que somos. Ainda bem que existe alguém que não nos trata assim. Alguém que nos ama com um amor incondicional, que nos acolhe dentro de uma só família. Esta noite, antes de nos recolhermos, façamos uma pequena prece para que DEUS nos dê a força que precisamos para aceitar as pessoas como elas são, e ajudar a todos, a compreender aqueles que são diferentes de nós. Há um milagre chamado AMIZADE, que mora em nosso coração. Você não sabe como ele acontece ou quando surge. Mas, você sabe que este sentimento especial aflora, aí você percebe que a AMIZADE é um dos presentes mais preciosos de Deus. Amigos são como jóias raras. Eles fazem sorrir e encorajam para o sucesso. Eles emprestam-nos um ouvido, um ombro, compartilham uma palavra de incentivo e estão sempre com o coração aberto para nós.
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O Rei Sábio

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Era uma vez um rei muito sábio, que governava com amor, compaixão e justiça, e que por isso era adorado pelo povo. No dia do seu aniversário, os súbditos deram-lhe um presente: um magnífico anel, adornado por uma bela jóia preciosa. Só que o anel era, na verdade, um relicário, pois guardava em sua câmara secreta uma jóia ainda mais valiosa. Ao entregar o presente ao rei, o grão-vizir deu a seguinte instrução: “Vossa Majestade só poderá abrir o anel e usar a verdadeira jóia que ele contém em casos extraordinários, de profunda aflição ou de intensa alegria”. O soberano garantiu que iria cumprir fielmente essa determinação e colocou o anel no dedo – que aliás, lhe serviu perfeitamente.
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O reino vivia em paz há muitos séculos. Porém, certo dia, o rei vizinho, ambicionando novas terras, preparou-se para invadir os domínios do nosso justo soberano. Este, com coragem que o caracterizava, colocou-se à frente do seu exército. A sorte foi-lhe adversa: no campo de batalha, perdeu a lança e depois a espada, e assim desarmado, foi perseguido por vários soldados inimigos. No afã de fugir, o corcel do valoroso rei seguiu por uma estrada próxima, bem acidentada, que margeava um abismo profundo. Justamente no ponto mais perigoso do caminho, o cavalo tropeçou e, no impacto, arremessou o rei no abismo.
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O rei morreu? Não, o rei não morreu, dessa vez, a sorte foi-lhe favorável. É que a uns metros do alto precipício havia uma árvore de galhos fortes e longos, e o nosso soberano ficou enganchado num deles. Uma outra notícia foi que os soldados inimigos não viram o acidente e se guiaram apenas pelo ruído do galope da montaria real, disparando em seu encalço. Ou seja: os perseguidores se foram.
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O rei, seguro apenas pelo cangote, balançava como pêndulo no galho da árvore sobre o abismo, prestes a cair a qualquer instante. Situação deveras aflitiva, ele reconheceu. E, reconhecendo, lembrou-se do anel, compreendendo que, nas circunstâncias presentes, o seu uso era plenamente justificado. Com cuidado, afastou a pedra do anel, abrindo-o. No momento em que a jóia foi aberta, um minúsculo e misterioso dispositivo lançou um diminuto papiro em sua câmara secreta. Com mais cuidado ainda, o rei apanhou o minúsculo papiro, desenrolou-o e leu a seguinte mensagem: “Isto passará”.
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Três minutos ainda não haviam transcorrido quando apareceram soldados no alto da ribanceira. O rei olhou, conferiu o que estava vendo e se alegrou muitíssimo: eram os seus soldados! Estes, com habilidade, conseguiram resgatá-lo e o conduziram em glória a o seu reino. Festas, comemorações, aclamações, vitória sobre os invasores! Intensa alegria espalhou-se pelo reino. O próprio rei, sentindo-se campeão, deixou-se arrebatar por um verdadeiro frenesi de alegria e de orgulho pela vitória alcançada. Foi aí que novamente lembrou do anel, que só poderia ser aberto em caso de extrema aflição ou intensa alegria. Era, pois, o caso.
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Abriu-o e encontrou a seguinte mensagem: “Isto também passará”.
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Lenda Árabe

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“Diz uma linda lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e num determinado ponto da viagem discutiram. O outro, ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia:

“HOJE, MEU MELHOR AMIGO BATEU-ME NO ROSTO”

Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra.

HOJE, MEU MELHOR AMIGO SALVOU-ME A VIDA.

Intrigado, o amigo perguntou:
Por que depois que te bati, você escreveu na areia e agora escreveu na pedra?

Sorrindo, o outro amigo respondeu:

Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar; porem quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração onde vento nenhum do mundo poderá apagar”.
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Discriminações


João César das Neves

DN 20090907

O que está verdadeiramente em causa é diferente: opiniões sobre a definição de casamento.

Na sua medida eleitoral mais famosa, o PS pretende na próxima legislatura "remover as barreiras jurídicas à realização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo" (Programa de Governo do Partido Socialista. Avançar Portugal 2009-2013, cap. III.5, p. 76). Sem discutir a opção política, a justificação apresentada comete um erro grosseiro nos mais básicos princípios de cidadania. Em tema tão decisivo e num partido com a tradição e idoneidade do PS, é grave.

A motivação no texto é clara: "Apesar dos vários avanços registados nos últimos anos na luta contra a discriminação, incluindo o reforço do quadro legislativo nesta matéria, persistem na sociedade portuguesa fenómenos de discriminação que importa contrariar" (loc. cit.). Até o título da secção "5. Mais igualdade, combater as discriminações" confirma que estão em causa os conceitos de desigualdade e discriminação.

Mas não existe aqui nenhuma desigualdade. Os homossexuais podem casar exactamente nas mesmas condições de todas as pessoas: todos podem unir-se a pessoas do sexo oposto, ninguém pode casar com pessoas do mesmo sexo. A lei é aplicada geralmente, de forma igualitária, sem distinção. Invocar discriminação é puro disparate. Existem é verdade muitos casos de discriminação contra os homossexuais, alguns graves que devem ser combatidos. A lei matrimonial não é um deles.

O que está verdadeiramente em causa é diferente: opiniões sobre a definição de casamento. Todas as culturas em todos os tempos, mesmo se apreciavam a homossexualidade, sempre acharam que casar é a união entre homem e mulher. O PS desde 29 de Julho pensa que não. Estas opiniões, ambas respeitáveis, nada têm a ver com discriminação. O Partido devia ter omitido do seu programa o insulto implícito a todos os que não pensam como ele (incluindo ele próprio que, pelos vistos, foi discriminador desde a fundação).

Quem acha que casamento é entre sexos diferentes (por acaso a esmagadora maioria da humanidade) não comete nenhuma discriminação. Tal como só os membros da Ordem dos Médicos podem exercer medicina ou apenas os aprovados no 12º ano seguem para a universidade, e isso sem desigualdades. As regras são claras, justas e aplicadas a todos sem distinção. Será que, na nova e original definição de casamento que o PS decidiu apresentar, os casais incestuosos ou poligâmicos se podem queixar de discriminação? Essa acusação seria tão tonta como a que se encontra no programa eleitoral.

Pelo contrário, é a lógica subjacente a esta proposta do PS que tem implícita uma discriminação. A liberdade de opinião e expressão permite a todos, desde que respeitem os outros, defender o que acham correcto.

Assim se, respeitando as pessoas, se considerar homossexualidade uma depravação, um acto intrinsecamente desordenado e contrário à natureza não é erro, opressão, discriminação. Nem deve ser confundido com homofobia, crime muito sério de perseguição a homossexuais. Há muita gente que considera a religião uma depravação, que acha as touradas um acto intrinsecamente desordenado ou julga a regionalização contrária à natureza. Desde que não se lancem em ataques ou actos de violência, têm todo o direito à sua opinião e não devem ser insultados por pensarem como pensam.

Mas a grande maioria dos defensores do casamento de homossexuais, precisamente por classificarem como discriminatórias as opiniões opostas, não as respeitam. Confundindo as discussões, tratam como homofobia aquilo que não passa de uma visão de casamento, agravando os opositores.

A tese do casamento entre pessoas do mesmo sexo tem graves falhas lógicas. O Estado institui o contrato de casamento não por razões emocionais mas cívicas: porque ele é a base da sociedade, origem da sua reprodução. E não se diga que tal não se aplica aos casamentos estéreis. Também o estabelecimento de empresas destina-se ao lucro, mas a firma não deixa de o ser por ter prejuízo. Mas, apesar de esta tese ser muito deficiente, devemos respeitá-la e não a desprezar, como o PS faz aos adversários.
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domingo, 6 de setembro de 2009

A Força da Mansidão e do Silêncio

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A mansidão, a gentileza, o silêncio, coisas raras de se viver, nos dias de hoje. Levamos vidas muito ativas, sempre correndo contra o tempo; somos ensinados a revidar as ofensas recebidas - sinal de inteligência - e não temos muito espaço para guardar silêncio, numa cultura invadida pelos sons externos - rádios, televisões, DVDs, CDs, etc. Nem em nossos quartos, recolhidos, podemos usufruir das delícias do silêncio, pois residimos geralmente em apartamentos situados em ruas onde o tráfego é mais ou menos intenso, onde este ruído nos acompanha, dia e noite. Já nem o ouvimos, de tão corriqueiro que se tornou.
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Que pena! Parece-me que enquanto isto acontece conosco, o que é mais verdadeiro e valioso ocorre também, no silêncio, mansamente, em paralelo, sendo que somos parte disto, mas não temos consciência e não aproveitamos ou gozamos deste grande milagre que é a Vida. Assim, a semente pequenina, silenciosamente, na terra, vai se transformando numa plantinha, materializando o que era apenas essência luminosa, em um ser palpável e visível, que pode chegar a ser alimento, ou apenas adorno para o nosso planeta. No ventre materno, mansamente, células vão se subdividindo e aos poucos ganhando formas que num certo momento farão parte do organismo complexo e deslumbrante de mais um ser humano.
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Assim, por trás do que é visível, está o inefável, a energia de vida, divina, que vai movendo a vida, trazendo mudanças para o nosso mundo, sem alardes, sem barulho, apenas sendo, se manifestando, seguindo em frente, diante de nossos olhos incrédulos e cegos...Sementes se tornam árvores enormes. Gotinhas d'água se juntam nas nascentes formando rios caudalosos. Pessoas se olham no silêncio, sentem-se atraídas, apaixonam-se, juntam-se e se amam, unidas por esta energia que faz chegar a este planeta, através delas, outros homens e mulheres, almas oriundas de dimensões espirituais, para uma nova etapa de aprendizado, rumo ao progresso e à felicidade. No silêncio de um desejo, de um pensamento que vira prece, realidades se modificam, sem qualquer outra explicação, a não ser a presença da energia divina, que a tudo permeia, que está em nós e em tudo, em torno de nós! Estamos imersos n'Ela.
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Mansamente, a água vai ocupando espaços vazios, vai aplainando arestas pontiagudas, vai modificando as paisagens. Maleável, flexível, constante, entregue a um movimento que nem sempre é capaz de ser visto, mas que acontece e é real. No silêncio de uma entrega a este movimento da Vida, a esta Energia Divina, está uma grande sabedoria. E o reconhecimento de quem somos, em essência, e do que viemos fazer, quando encarnamos na matéria planetária, por um tempo. Cumprir um caminho que é só nosso, buscando no silêncio do nosso Ser as respostas para os questionamentos mais difíceis, irmanados com todos e tudo, reconhecendo que jamais estamos sós, pois nos conectamos com o Todo, por razões intrínsecas!
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Vivemos um momento grave de nascimento para esta realidade tão simples e ao mesmo tempo, complexa, por força da forma usual de raciocinarmos. Somos centelha divina e nisto reside a nossa salvação! Quando negamos isto, ficamos órfãos de Amor e nos percebemos isolados, infelizes, acabando por adoecer. Que Jesus, a mansidão do Cordeiro de Deus, nos ajude a enxergar a realidade silenciosa de nosso próprio Ser, para que possamos nos amar e a todos os outros seres iguais a nós espalhados por este lindo planeta azul - cor da paz - que já sofre demais por conta de nosso desequilíbrio. Pois enquanto a guerra faz tanto barulho, o Amor constrói e trabalha no silêncio das consciências. E aí é que reside a verdadeira força do Homem. E se nos engajarmos nisto, sutilmente haveremos de vencer a nós mesmos e a qualquer destruição anunciada!
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Maria Cristina - tina.lc@hotmail.com
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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Preconceito...

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"Deficiente" é aquele que não consegue modificar a sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.


"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.


"Cego" é aquele que não vê o seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.


"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.


"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.


"Paralítico" é quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam de sua ajuda.


"Diabético" é quem não consegue ser doce.


"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:


"Miseráveis" são todos os que não conseguem falar com Deus.


Mário Quintana


A flor que a imperatriz cultivou

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Por volta do ano 250 a.C., na China antiga, um certo príncipe da região de Thing-Zda, norte do país, estava às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, ele deveria casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma “disputa” entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua auspiciosa proposta.
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No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio. Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
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Ao chegar a casa e relatar o facto à jovem, espantou-se ao ouvir que ela pretenderia ir à celebração, e indagou incrédula: Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta ideia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura. E a filha respondeu: Não querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é a minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz, pois sei que meu destino é outro.
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À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de facto, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio: Darei, para cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
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A proposta do príncipe não fugiu as profundas tradições daquele povo, que valorizavam muito a especialidade de “cultivar” algo sejam costumes, amizades, relacionamentos, etc. ... O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura pois sabia que se a beleza das flores surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem de tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido e dia a dia ela percebia cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor.
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Por fim, os seis meses haviam passado e nada ela havia cultivado, e, consciente do seu esforço e dedicação comunicou a sua mãe que independentemente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além do que mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, de todas as mais variadas formas e cores. Ela estava absorta, nunca havia presenciado tal bela cena. E finalmente chega o momento esperado, o príncipe chega e observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção e após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa.
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As pessoas presentes tiveram as mais inusitadas reacções, ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado, então, calmamente ele esclareceu: Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz, a flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
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A perfeição pode estar na imperfeição

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Tudo o que é bom... dura o tempo suficiente para ser inesquecível...
De vez em quando é bom ler algo que dê para reflectir um pouco.
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Em Brooklyn, Nova Iorque, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças deficientes. Algumas crianças permanecem em Chush por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser educadas em escolas normais. Num jantar de beneficência de Chush, o pai de uma criança fez um discurso que nunca mais será esquecido pelos que estavam presentes. Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, clamou:
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“Onde está a perfeição no meu filho Shaya? Tudo o que Deus faz, é feito com perfeição. Mas o meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. O meu filho não pode lembrar-se de factos e números como as outras crianças. Onde está a perfeição de Deus?” Estavam todos chocados com a pergunta, com o sofrimento do pai. Mas ele continuou: “Eu acredito, que quando Deus traz uma criança assim ao mundo, a perfeição que ele busca está no modo como as pessoas reagem a esta criança”. Ele contou então a seguinte história sobre o seu filho Shaya. “Uma tarde Shaya e eu caminhávamos por um parque onde algumas crianças que Shaya conhecia e que jogavam basebol. Shaya perguntou-me, acha que eles me deixam jogar? Eu sabia que o meu filho não era atlético e que a maioria das crianças não o queriam na equipa. Mas entendi que se o meu filho fosse escolhido para jogar, lhe daria uma confortável sensação de participação. Aproximei-me de uma das crianças no campo e perguntei se Shaya poderia jogar. A criança olhou à sua volta procurando por aprovação dos seus companheiros de equipa. Mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade em suas próprias mãos e disse: ‘Nós estamos a perder por seis rodadas e o jogo está na oitava. Acho que ele pode estar na nossa equipa e nós tentaremos colocá-lo para bater até à nona rodada’. Fiquei exaltado quando Shaya abriu um grande sorriso. Pediram a Shaya para calçar uma luva e ir para o campo para jogar. No final da oitava rodada, a equipa de Shaya marcou alguns pontos mas ainda estava a perder por três. No final da nona rodada, a equipa de Shaya marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Shaya foi escolhido para continuar. A equipa deixaria Shaya de facto bater nestas circunstâncias e perder a oportunidade de ganhar o jogo? Surpreendentemente, foi dado o bastão a Shaya. Toda a gente sabia que era quase impossível porque Shaya nem sequer sabia segurar o bastão. Porém, quando Shaya tomou posição, o lançador moveu-se alguns passos para arremessar a bola suavemente de maneira que Shaya pudesse ao menos bater. Foi feito o primeiro arremesso e Shaya balançou desajeitadamente e perdeu. Um dos companheiros da equipa de Shaya foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador. O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Shaya. Quando veio o lance, Shaya e o seu companheiro de equipa balançaram o bastão e juntos bateram a lenta bola do lançador. O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem de base. Shaya estaria fora e teria terminado o jogo. Ao invés, o lançador pegou a bola e lançou-a numa curva longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem de base. Toda a gente começou a gritar: “Shaya, corre para a primeira base. Corre para a primeira”. Nunca na vida dele tinha corrido... Ele saiu disparado para a linha de base, com os olhos arregalados e assustado. Até ele alcançar a primeira base, o jogador da direita teve a posse da bola. Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem de base que colocaria Shaya fora, pois ele ainda estava a correr. Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim ele lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem de base. Todos gritaram: “Corre para a segunda, corre para a segunda”. Shaya correu para a segunda base enquanto os jogadores em frente dele circulavam deliberadamente para a base principal. Quando Shaya alcançou a segunda base, a curta parada adversária, colocou-o na direcção da terceira base e todos gritaram, “Corra para a terceira”. Quando Shaya contornou a terceira base, os meninos de ambas as equipas correram atrás dele gritando, “Shaya corre para a base principal”. Shaya correu para a base principal, pisou nela e todas as 18 crianças o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido um campeonato” e ganho o jogo para a equipa dele. “Aquele dia,” disse o pai docemente com lágrimas caindo sobre sua face, “essas 18 crianças alcançaram a perfeição de Deus”. Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!”
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Engraçado como isto é tão verdadeiro e nos envergonha a todos! Engraçado como se podem enviar mil piadas por E-mail e elas se espalham como fogo, mas quando você começa a enviar mensagens sobre algo bom, as pessoas pensam duas vezes antes das partilharem. Engraçado como a indecência, as coisas grotescas, vulgares e obscenas cruzam livremente o ciberespaço, mas quando for passar esta mensagem, não a envia para muitos da sua lista de endereços, porque não estará seguro do que eles acreditam, ou o que eles pensarão de si por lhes enviar isto. Engraçado como uma pessoa pode preocupar-se mais sobre o que as outras pessoas pensem dela do que o que Deus pensa dela. Engraçado não é? Entretanto algumas pessoas não se preocupam com as outras; só com elas próprias! Vamos todos ter a esperança que nós podemos fazer a vida um pouco melhor para as pessoas que não estão tão bem quanto nós. E eu acrescento: “ O mal é que muitos de nós temos muito pouca fé; e que achamos que os filhos aleijados, feios ou incapacitados são só para os outros... os “nossos” têm que ser perfeitinhos!
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1º – “os outros” somos todos nós;
2º – tal como escreveu Khalil Gibran: “Os filhos não são nossos, vêm por nós!” E a nós, cabe-nos aprender alguma coisa com isso...
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